quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Contribuição da FBN para a cultura da soja em áreas de produção do País

Código: 04.2001.338-05 Líder do subprojeto: Bruno José Rodrigues Alves

Resumo:

Pelo fato da soja ser uma leguminosa que forma uma simbiose de alta eficiência no processo de fixação biológica de nitrogênio (FBN), apresentando, frequentemente, de 70 a 85% do N acumulado em seus tecidos derivado deste processo, os produtores a consideram como melhoradora da fertilidade nitrogenda do solo. Deve-se destacar que, na maioria dos casos, especialmente nas áreas agrícolas da região dos Cerrados, a cultura de soja é a única leguminosa utilizada nas rotações de culturas. A cultura de soja é a leguminosa de grão mais cultivada no Brasil, ocupando ao redor de 13 milhões de hectares (Mha), onde a fixação biológica de nitrogênio (FBN) é a principal fonte de N das plantas (67 a 80%), garantindo rendimentos superiores a 3.000 kg/ha sem uso de N-fertilizante. Não obstante a FBN nesta cultura possa contribuir até com mais de 200 kg N/ha, os altos valores de índice de colheita de N (76 a 84%) indicam que praticamente esta cultura não deixa no campo um significativa quantidade de N derivado da FBN e em muitos casos, especialmente no sistema de plantio convencional, o balanço de N do sistema solo-planta é negativo, em cerca de 20 kg N/ha. Dos estudos avaliados ficou claro que a FBN é um complemento da disponibilidade de N do solo, e o fato de ter-se no campo situações em que a contribuição da FBN é baixa e não afeta os rendimentos da cultura de soja, não significa que deve implantar-se um programa de aplicação de N-fertilizante na cultura de soja. Ainda no eventual caso onde os rendimentos da cultura sejam baixos por deficiência de N, correções dos fatores limitantes da FBN devem ser efetuados para otimizá-la. Outro problema relatado no Workshop sobre N em sistemas agrícolas, realizado em junho de 2000, em Dourados (MS), e que pode contribuir para a menor eficiência da FBN, é a qualidade do inoculante. Inoculantes líquidos, tem sido usados com maior frequencia, e ainda não tiveram a sua eficiência totalmente comprovada pela pesquisa. Dados apresentados por pesquisadores da Fundação Mato Grosso, mostram que a cultura da soja pode ter a sua produção incrementada em até 1 t/ha com a adição de N fertilizante, o que é um forte indicativo de que a inoculação destas plantas não foi feita de forma adequada. Numa primeira etapa, será necessário o preenchimento de um questionário pelos produtores, contendo informações sobre o histórico da área (lavouras anteriores, produções obtidas, problemas de fertilidade, fertilidade atual do solo etc), sistema de plantio utilizado (há quanto tempo), fertilização e correção do solo utilizada, cultivar de soja plantada, inoculação (dose, tipo, marca - será mantida em sigilo, há quanto tempo planta soja e inocula, há quanto tempo adquiriu o inoculante, como conserva), tratamento da semente (inseticidas, fungicidas), condução da lavoura nos primeiros meses (germinação, chuvas etc). Estas informações serão relevantes para a interpretação dos dados de contribuição da FBN para a cultura da soja. Assim, a partir deste subprojeto, será feito um levantamento da situação atual da contribuição da FBN para a cultura da soja, dentro dos padrões estabelecidos pelos próprios produtores. Para isso, será utilizada a técnica de delta 15N, aplicada a amostras de plantas de soja a serem retiradas de diversas propriedades existentes nas áreas mais representativas de produção de soja do País.

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