sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Erythrina


Benth
Nome vulgar: inúmeros, sendo os principais, mulungu (MG,RJ, SP), corticeira (RS), suinã (SP, MG), canivete (MG), sinanduva (SC). O nome científico vem do latin, erythros (vermelho) em referência à cor das flores.

Espécie em destaque: E.falcata, uma das cerca de 108 espécies arbóreas deste gênero. Apresentam folhagem descídua e floração muito vistosa em tons de vermelho ou alaranjado, dispostas nas extremidades dos ramos, em rácemos de até 30 cm de comprimento, florescendo na primavera, entre julho e novembro, dependendo da latitude. A espécie em destaque atinge de 10 a 20 m de altura, apresentando acúleos (um tipo de espinho) tanto nas hastes como na folhagem. As flores são polinizadas pelas aves, principalmente, os beija-flores. Tolera sombreamento moderado mas é pouco tolerante ao frio e prefere solos úmidos e férteis com boa drenagem.

Uso: Escolhida como árvore-símbolo da Embrapa Agrobiologia, o mulungu tem inúmeras aplicações ligadas à agroecologia.

Por ser propagado vegetativamente, através de estacas, e se beneficiar do processo de fixação biológica de nitrogênio, dispensando adubos nitrogenados, é recomendado como moirão vivo e para o enriquecimento e arborização de pastagens onde a característica espinhosa facilita sua introdução. É recomendado também para a recuperação de matas ciliares e de ecossistemas degradados e na manutenção da fauna silvestre, pois suas flores atraem aves.
É recomendado também para o sombreamento de culturas perenes, como o cacau, aceitando transplantio de mudas com até 2 m de altura.

A madeira leve, branca ou amarelada, não tem durabilidade, sendo pouco usada no Brasil, geralmente na confecção de palitos, brinquedos, estojos, tamancos, fósforos e urnas funerárias. Como lenha, tem baixo poder calorífico mas é adequada para a produção de celulose e papel.

A exuberante beleza das árvores fazem do mulungu uma espécie altamente decorativa mas ainda pouco usada na arborização urbana.

O mulungu, assim como cerca de 51 espécies dentro do gênero Erythrina, produz alcalóides do grupo curare, utilizado pelos índios para entorpecer os peixes. Na medicina popular, a casca e as semente são usadas como calmante de tosse e nas afecções bucais. É também empregada nas doenças de fígado.

Nodulação: As eritrinas formam simbiose com o rizóbio do grupo caupi de inoculação cruzada, nodulando abundantemente, e formando nódulos grandes, esféricos e muito ativos.

Propagação: Propagam-se facilmente por sementes ou por meio de estacas.

Ambiente: As eritrinas são nativas das regiões tropicais e subtropicais da América. Sua área de ocorrência abrange Mata Atlântica (desde o sul de BA), na Floresta de Araucária (até o RS), atingindo o Cerradão (sul de MS e MG). Ocorre também na Argentina, Bolívia, Paraguai e Peru. É uma espécie secundária tardia de ocorrência irregular, abundante em capoeiras, no sopé das encostas de serras, grotas e nas margens de cursos de água.

Referências: Allen & Allen 1981, Leguminosae. University of Wisconsin Press, Madison., Carvalho, P.E.R. 1994, Espécies Florestais Brasileiras-Recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. EMBRAPA-CNPF/SPI, Lorenzi, H. 1992. Árvores Brasileiras, Editora Plantarum LTDA.

Maria Cristina Prata Neves
Embrapa Agrobiologia